Bitcoin cai 4% com saídas recordes de ETFs. Pressões macroeconômicas globais, juros altos e incertezas geopolíticas pressionam mercado de criptomoedas. Análise Bitcoin cai 4% com saídas recordes de ETFs. Pressões macroeconômicas globais, juros altos e incertezas geopolíticas pressionam mercado de criptomoedas. Análise

Bitcoin Cai 4% em Meio a Pressões Macroeconômicas Globais e Saídas Recordes de ETFs

2025/12/17 11:33

Mercado de Criptomoedas Enfrenta Volatilidade Enquanto Economia Global Desacelera

O Bitcoin registrou queda de aproximadamente 4% nas últimas 24 horas, negociando próximo a US$ 87 mil (R$ 469 mil), estendendo uma sequência de perdas de quatro dias consecutivos. A desvalorização reflete pressões macroeconômicas globais, incertezas sobre política monetária e saídas recordes de fundos de investimento em criptomoedas.

Saídas Recordes de ETFs Pressionam Bitcoin

Os fundos de investimento em Bitcoin (ETFs) registraram saídas de US$ 357,6 milhões nas últimas 24 horas, a maior desde 20 de novembro, lideradas pela gestora Grayscale. Este movimento representa uma fuga de capitais significativa em um contexto de incerteza econômica global.

A queda acumulada do Bitcoin desde seu pico em outubro chega a quase 30%, com o ativo desvalorizando 6,34% no acumulado do ano. Analistas apontam que as médias móveis de curto prazo — 10 dias em US$ 89.215 e 20 dias em US$ 90.317 — indicam pouca confiança altista no mercado.

Dados de Emprego dos EUA Geram Reações Mistas

A divulgação de dados do mercado de trabalho americano influenciou significativamente o movimento do Bitcoin. Os EUA criaram 64 mil empregos em novembro, acima das expectativas, enquanto a taxa de desemprego permaneceu em 4,6%.

Embora os dados tenham gerado alívio pontual e tentativa de recuperação para US$ 90 mil, o mercado permanece cauteloso. Analistas alertam para risco de queda adicional para US$ 84-85 mil, ou até US$ 74 mil em cenário mais pessimista.

Contexto Macroeconômico: Juros Altos e Indefinição Monetária

A pressão sobre o Bitcoin não é isolada. Os mercados financeiros globais enfrentam alta volatilidade devido a juros elevados, incertezas sobre cortes de taxas e tensões geopolíticas.

No Brasil, o Banco Central manteve a taxa Selic em 15% — o maior nível desde 2006 — encarecendo o crédito e reduzindo o consumo. A bolsa brasileira caiu 2,42% em sessão recente, enquanto o dólar comercial atingiu R$ 5,462, alta de 0,73% no dia.

Nos EUA, a criação de 64 mil empregos acima do esperado diminui as chances de corte de juros pelo Federal Reserve, incentivando fuga de capitais de mercados emergentes para ativos de menor risco.

Câmbio Valorizado Pressiona Economias Emergentes

O dólar sobe 2,38% em dezembro, apesar de queda de 11,62% no ano. A valorização da moeda americana é pressionada por remessas de lucros de multinacionais e pela busca por ativos denominados em dólar em contexto de incerteza.

Este movimento afeta diretamente economias emergentes como Brasil, México e Argentina, elevando preços de alimentos importados e impactando o varejo local.

Tarifas de Trump e Reconfiguração do Comércio Global

As medidas tarifárias anunciadas pela administração Trump geraram incerteza nos mercados, mas também provocaram reconfiguração das cadeias de suprimento globais. O Brasil redirecionou exportações para China e Ásia, buscando compensar pressões comerciais.

Analistas apontam que a competição estratégica entre EUA e China por tecnologias críticas — chips, inteligência artificial e terras raras — está redesenhando o comércio global e criando novas vulnerabilidades econômicas.

Geopolítica e Economia: A Nova Estratégia de Segurança dos EUA

A nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, anunciada em dezembro de 2025, enfatiza relações bilaterais sobre multilateralismo, reindustrialização e proteção de recursos estratégicos. Esta mudança de doutrina sinaliza foco em esferas de influência e competição por matérias-primas e capacidade industrial.

Estudos recentes indicam que a China ultrapassou os EUA em vários domínios econômicos e tecnológicos, incluindo comércio global, energias limpas e indústria bélica. A concentração chinesa no processamento de terras raras cria vulnerabilidade estratégica para EUA e aliados.

Regulação de Criptomoedas: Vigilância vs. Privacidade

No front regulatório, o presidente da SEC, Paul Atkins, alertou que a tecnologia blockchain é “particularmente eficiente” em ligar transações a indivíduos. Sem cuidado, criptomoedas poderiam virar uma “arquitetura de monitoramento financeiro”, embora Atkins tenha defendido a busca de equilíbrio entre segurança nacional e privacidade.

Relatórios indicam que a SEC dispensou ou pausou cerca de 60% dos casos relacionados a criptomoedas desde janeiro de 2025, com processos de alto perfil contra Ripple e Binance desacelerando. Este movimento tem sido interpretado como redução de fiscalização no período.

Internacionalmente, a FCA do Reino Unido lançou consulta para um regime regulatório cripto abrangente visando entrar em vigor até outubro de 2027.

Perspectivas para 2026: Crescimento Desacelerado

A América Latina e Caribe devem crescer 2,4% em 2025, com Brasil em 2,5%, mas fraqueza na demanda interna, volatilidade comercial e restrições ao investimento limitam o dinamismo. Para 2026, a projeção cai para 2,3%.

Estes fatores combinam incerteza externa — com EUA e geopolítica — com pressões internas de juros elevados e confiança empresarial abalada, pressionando consumo e investimento em dezembro.

O Que Esperar nos Próximos Dias

Analistas monitoram atentamente:

  • Dados de inflação dos EUA: Divulgação crucial para definir trajetória de juros em 2026
  • Decisões da SEC: Retomada, arquivamento ou pausa de processos contra empresas de cripto
  • Movimentos geopolíticos: Escaladas comerciais ou militares que afetem cadeias de suprimento
  • Recuperação do Bitcoin: Suporte em US$ 84-85 mil será crítico para evitar queda maior

O mercado de criptomoedas permanece fortemente correlacionado com dinâmicas macroeconômicas globais, geopolítica e decisões de política monetária. Investidores devem acompanhar de perto estes desenvolvimentos nos próximos dias.

Conclusão

A queda do Bitcoin reflete não apenas dinâmicas internas do mercado cripto, mas também pressões macroeconômicas globais mais amplas. Com juros elevados, incertezas sobre política monetária, tensões comerciais e reconfiguração geopolítica, o ambiente permanece desafiador para ativos de risco como criptomoedas.

A recuperação do Bitcoin dependerá de sinais de alívio nas pressões macroeconômicas, redução de incerteza geopolítica e possível mudança na trajetória de juros globais. Até lá, volatilidade e pressão de venda devem persistir.

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