O BTG Pactual elevou sua recomendação para o Mater Dei de ‘neutro’ para ‘compra’, depois de resultados trimestrais melhores que o esperado e tendências positivas para o quarto tri.
O banco também elevou seu preço-alvo para a ação de R$ 6 para R$ 7 – um upside potencial de 45% em relação ao preço de tela – e revisou para cima suas projeções para 2026 e 2027, com as estimativas de EBITDA e lucro líquido para 2026 subindo 12% e 17%, respectivamente.
“A ação está sendo negociada hoje a menos de 10x o lucro estimado para 2026, o que consideramos um ponto de entrada atrativo dado o processo em curso de recuperação dos fundamentos,” escreveu o analista Samuel Alves.
O Mater Dei agora é a ‘small cap’ favorita do BTG no setor de saúde, combinando “um valuation bastante atrativo, com desconto em relação aos peers e à sua média histórica, além de um forte momentum de resultados.”
O analista disse que depois de resultados fracos e desafiadores no quarto tri de 2024, o Mater Dei entrou num ciclo de recuperação em 2025, “marcado por uma melhora gradual e consistente ao longo do ano.”
“Os resultados do segundo tri foram melhores que os do primeiro, e o terceiro superou o segundo. Diversas iniciativas começaram a amadurecer, incluindo o ramp-up da recente expansão em Nova Lima, o aumento da complexidade em ativos hospitalares selecionados, avanços nos serviços de oncologia, maior alavancagem operacional e a redução de despesas corporativas após a venda do Porto Dias,” diz o relatório.
“Não por acaso, as margens chegaram a 22,2% no terceiro tri, o maior nível desde o desinvestimento, e acreditamos que elas devam permanecer nesse patamar ou acima, mesmo em trimestres sazonalmente mais fracos.”
Para o analista, o quarto tri também deve ser forte, já que os dados do setor divulgados pela ANAHP, a entidade dos hospitais privados, sinalizam uma frequência hospitalar sólida.
“Mais especificamente, a taxa de ocupação em outubro alcançou 78,7% (o maior nível para um mês de outubro da última década), frente a uma média de 79,8% no terceiro tri,” escreveu o analista. “Além disso, nossos ‘channel checks’ também sugerem níveis fortes de atividade em outubro e novembro e, assumindo a ausência de surpresas negativas relevantes em dezembro, a Mater Dei deve novamente apresentar resultados sólidos.”
O analista disse ainda que outras empresas do setor, como Fleury e Rede D’Or, também têm adotado um discurso otimista em relação às frequências no quarto tri.
O BTG projeta um crescimento de 13% nas receitas no quarto tri, com a margem EBITDA subindo para 22%, comparado a apenas 16% no quarto tri de 2024.
“Para 2026, esperamos crescimento de receita em dois dígitos, impulsionado pela estratégia da companhia de elevar a complexidade dos serviços em seus hospitais, além de nova expansão de margens.”
O analista nota que apesar das melhores operacionais relevantes, a ação do Mater Dei sobe “apenas” 28% nos últimos doze meses, em linha com o Ibovespa.
“Acreditamos que isso cria um ponto de entrada atrativo para investidores que buscam uma história de recuperação, com geração de caixa melhorando e maior visibilidade de resultados.”
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