O Ministério da Saúde ampliou em 99% a quantidade de profissionais do programa Mais Médicos de 2023 a 2025. Segundo dados da pasta, o número foi de 13.700 para 27.300 médicos em atuação. A ampliação permitiu ao SUS (Sistema Único de Saúde) oferecer Atenção Primária em 4.500 municípios brasileiros. Nesses territórios, 60% dos médicos que atuam em municípios de alta vulnerabilidade fazem parte do programa.
De 2022 a 2025, o número de atendimentos na Atenção Primária –porta de entrada do SUS– cresceu 30%, passando de 23,9 milhões para mais de 31 milhões de atendimentos anuais. Esse avanço foi impulsionado, sobretudo, pelo aumento dos atendimentos realizados por médicos que integram as atuais 60.400 equipes de Saúde da Família e de Atenção Primária.
Nas áreas indígenas, o avanço é ainda mais expressivo. O número de médicos atuando nos Dsei (Distritos Sanitários Especiais Indígenas) mais que dobrou, passando de 325 profissionais em 2022 para 706 médicos em 2025, ampliando o acesso à atenção básica em territórios historicamente desassistidos.
O programa contribuiu para a melhoria dos indicadores de saúde nos municípios mais vulneráveis, com redução das internações por condições sensíveis à ICSAP (Atenção Primária à Saúde), como insuficiência cardíaca, gastroenterite e asma. Estudos apontam queda de 2,3% nas internações evitáveis entre pessoas de 0 a 64 anos, com reduções mais acentuadas entre crianças de 0 a 4 anos (–3,7%) e adultos de 20 a 64 anos (3,1%).
Municípios com maior presença de médicos do Mais Médicos registraram as maiores reduções, evidenciando o impacto do programa na qualificação do cuidado, no fortalecimento do pré-natal e na redução da mortalidade infantil.
O Mais Médicos também tem desempenhado papel fundamental na fixação de médicos em municípios de pequeno porte, áreas rurais, periferias urbanas e territórios de maior vulnerabilidade social. Em 2024, o programa apresentou médias de permanência dos profissionais superiores em todas as regiões do Brasil, chegando a pelo menos 9 meses na Região Norte, em contraste com os 5 meses observados entre médicos que não atuam pelo Mais Médicos.
Ao articular provimento contínuo, incentivos à permanência e estratégias de formação vinculadas à prática na Atenção Primária à Saúde, o programa reduz a rotatividade de profissionais e fortalece os vínculos entre médicos, equipes de saúde e a população.
No ano passado, a rotatividade dos profissionais que não atuavam pelo Mais Médicos chegou a 118,6%, indicando que, ao longo de 1 ano, o número de desligamentos se tornou um problema relevante para os gestores locais. Já entre os médicos do programa, as taxas foram sistematicamente menores, variando entre 75,2% e 91,1%, a depender da região.
Desde 2023, o Ministério da Saúde vem atuando, com os gestores locais, no aprimoramento do programa Mais Médicos, com a implementação de ações alinhadas às recomendações de órgãos federais que atuam no controle e fiscalização dos recursos públicos, como a CGU (Controladoria Geral da União). Nesse contexto, a pasta lançou o Painel de Monitoramento do Mais Médicos, ferramenta pública que amplia a transparência e permite o acompanhamento sistemático de informações sobre alocação de profissionais, cobertura assistencial e permanência nos territórios.
No “Relatório de Avaliação do Programa Mais Médicos – Exercício 2024”, que analisa o programa, a instituição reconhece avanços, melhorias de gestão e objetivos alcançados pelo Mais Médicos. Entre as iniciativas, destacam-se parcerias com universidades federais para o desenvolvimento de indicadores, simulações de impacto e algoritmos de priorização territorial, com o objetivo de avançar na fixação de profissionais em áreas de maior vulnerabilidade e melhorar os resultados em saúde da população.
O Ministério da Saúde segue acompanhando a execução do programa e desenvolvendo novas ações para aprimorar a gestão e ampliar os resultados nos territórios, com base em evidências, avaliações contínuas e no diálogo com Estados e municípios.
Criado em 2013, o programa também tem papel estratégico ao promover maior equidade na distribuição de profissionais e ampliar o acesso aos serviços de saúde em regiões historicamente desassistidas. Além do provimento emergencial de médicos, o Mais Médicos contribui para a formação e a qualificação profissional, ao integrar ensino, serviço e comunidade. Essa abordagem favorece a melhoria contínua da qualidade do cuidado, o fortalecimento das equipes de saúde da família e a sustentabilidade do SUS, com impactos positivos nos indicadores de saúde e na redução das desigualdades regionais.
Com informações do Ministério da Saúde.

