O presidente Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro) se encontra neste domingo (28.dez.2025) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), na Flórida, onde pretende acertar os detalhes de um plano de paz que busca encerrar o conflito na Ucrânia. A reunião será realizada em Palm Beach.
Segundo a Reuters, no sábado (27.dez), intensos bombardeios da Rússia contra Kiev e outras regiões ucranianas afetaram o fornecimento de energia na capital ucraniana.
Zelensky chegou à Flórida no final do sábado (27.dez), conforme informou o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Sergei Kyslytsya, em publicação na rede social X. Ao desembarcar, o presidente ucraniano saudou seus anfitriões com a frase: “Boa noite, Flórida!”.
O encontro, marcado para as 13h (15h em Brasília), representa o ponto culminante de semanas de esforços diplomáticos. Na 6ª feira (26.dez), Zelensky afirmou que o plano está 90% concluído, mas questões territoriais permanecem como principais obstáculos nas negociações.
Os bombardeios russos contra o território ucraniano, que incluíram centenas de mísseis e drones, foram interpretados por Zelensky como uma resposta de Moscou às negociações mediadas pelos EUA.
No sábado (27.dez), o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Ucrânia não demonstra interesse em alcançar a paz. Ele advertiu que, se Kiev não buscar uma solução pacífica, a Rússia atingirá seus objetivos pela força.
A Rússia controla atualmente toda a Crimeia, anexada em 2014, e desde sua invasão em 2022 tomou cerca de 12% do território ucraniano. Isso inclui aproximadamente 90% do Donbass, 75% das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, além de partes das regiões de Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk, segundo estimativas russas.
Comandantes russos informaram a Putin no sábado (27.dez) que as forças de Moscou haviam capturado cidades nas regiões de Donetsk e Zaporizhzhia, incluindo Huliaipole. O Exército ucraniano contestou essas afirmações, classificando-as como falsas.
O Comando Sul das Forças Armadas da Ucrânia informou que “combates ferozes” continuam em Huliaipole. “No entanto, uma parte substancial de Huliaipole continua a ser mantida pelas Forças de Defesa da Ucrânia”, acrescentou.
Em entrevista à Axios na 6ª feira (26.dez), Zelensky manifestou esperança de conseguir flexibilizar a proposta norte-americana que prevê a retirada completa das forças ucranianas do Donbass. Caso não seja possível, o presidente ucraniano sugeriu que o plano seja submetido a um referendo. Os EUA interpretaram essa disposição como um avanço significativo e um sinal de que ele não descarta mais concessões territoriais.
O plano em discussão teve origem em um plano russo de 28 pontos, que surgiu de conversas entre o enviado especial norte-americano Steve Witkoff, o genro do presidente eleito, Jared Kushner, e o enviado especial russo Kirill Dmitriev.
Em 19 de dezembro, Putin afirmou que qualquer acordo deveria ser baseado nas condições que ele estabeleceu em 2024: a retirada da Ucrânia de todo o Donbass e das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, além da renúncia oficial de Kiev à adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Antes de se encontrar com Trump, Zelensky esteve em Halifax, Nova Escócia, para uma reunião com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney (Partido Liberal). Após os ataques aéreos de sábado (27.dez), Carney declarou ao lado do presidente ucraniano que a paz requer uma Rússia disposta a negociar.
“A barbárie que vimos durante a noite –o ataque a Kiev– mostra o quão importante é apoiarmos a Ucrânia nesse momento difícil”, disse Carney, prometendo 2,5 bilhões de dólares canadenses (US$ 1,83 bilhão) em ajuda econômica adicional à Ucrânia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que conversou com Zelensky junto a outros líderes europeus no sábado (27.dez), afirmou no X que o objetivo compartilhado continua sendo “uma paz justa e duradoura” que preserve a soberania e integridade territorial da Ucrânia.


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