Brasil vira destino estratégico para mineradores de Bitcoin com energia limpa e incentivos fiscais. Projetos bilionários avançam, usando excedentes elétricos e Brasil vira destino estratégico para mineradores de Bitcoin com energia limpa e incentivos fiscais. Projetos bilionários avançam, usando excedentes elétricos e

Brasil entra no mapa global da mineração de Bitcoin com projetos bilionários

2026/01/01 02:00
  • Brasil vira destino estratégico para mineradores de Bitcoin com energia limpa e incentivos fiscais.
  • Projetos bilionários avançam, usando excedentes elétricos e regras pensadas para data centers.
  • Vácuo regulatório preocupa especialistas, enquanto investimentos crescem rapidamente no país.

O Brasil passou a ocupar posição estratégica na mineração de Bitcoin, ao combinar energia limpa abundante, incentivos fiscais e ausência de regras específicas para o setor. Nos últimos anos, mineradores internacionais voltaram o olhar ao país, buscando custos mais baixos e maior previsibilidade operacional frente a restrições globais crescentes.

Enquanto grandes polos tradicionais apertam o cerco ambiental, o Brasil surge como alternativa viável, sobretudo em regiões com excedente estrutural de energia renovável. Esse movimento ganhou força em 2025 e deve se intensificar em 2026, segundo agentes do setor elétrico e do mercado de ativos digitais.

O crescimento ocorre apoiado em isenções fiscais destinadas a data centers, que hoje também viabilizam operações de mineração em larga escala. A atividade consiste no uso contínuo de hardware especializado e alta carga elétrica para validar transações e garantir a segurança da rede Bitcoin.

Como contrapartida, os mineradores recebem recompensas em BTC, atualmente fixadas em 3,125 bitcoins por bloco validado. Esse valor representa milhões de reais por bloco, o que sustenta investimentos elevados em infraestrutura energética e tecnológica.

Um dos exemplos mais expressivos é o projeto Satoshi, da Renova Energia, instalado no estado da Bahia. O empreendimento prevê investimentos superiores a R$ 1 bilhão e capacidade instalada de até 100 megawatts.

Esse volume energético equivale ao consumo de uma cidade com cerca de um milhão de habitantes, segundo estimativas técnicas. A operação tem início previsto para 2026 e utilizará eletricidade proveniente de fontes renováveis.

Mineração de Bitcoin no Brasil

Projetos desse porte refletem uma estratégia clara: monetizar excedentes energéticos que hoje geram prejuízo às geradoras. Em períodos de baixa demanda, parte da energia produzida no país é desperdiçada ou vendida a preços muito baixos. A mineração surge, portanto, como consumidor flexível, capaz de absorver essa oferta ociosa.

Esse argumento é defendido por representantes da indústria, que veem ganhos econômicos e maior eficiência do sistema elétrico. Jefferson Gomes, diretor da Confederação Nacional da Indústria, defendeu a atração de investimentos tecnológicos sem distinção de finalidade. De acordo com ele, o relevante é gerar negócios, independentemente de os servidores operarem inteligência artificial ou mineração de criptomoedas.

Na prática, esse entendimento favoreceu a inclusão indireta do setor no Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata). O Redata elimina tributos federais sobre a compra e importação de equipamentos, mediante exigências ambientais. Criado por medida provisória em 2025, o regime ainda depende de aprovação do Congresso para manter sua validade.

Além disso, máquinas de mineração foram incluídas no regime de ex-tarifário, reduzindo temporariamente o imposto de importação até 2027.

Esse conjunto de incentivos explica a rápida expansão do setor, mesmo sem uma regulação específica para mineração. A Lei 14.478, que regula criptoativos no Brasil, não menciona a atividade de mineração, criando um vácuo normativo. Essa lacuna permite que mineradoras operem sob regras aplicáveis a data centers tradicionais.

O cenário, porém, divide especialistas e autoridades do setor energético. Defensores argumentam que a mineração equilibra a rede elétrica, ao consumir energia em horários de menor demanda. Críticos, por outro lado, questionam o baixo retorno social, com geração limitada de empregos diretos. O professor Ildo Sauer, da USP, alerta para impactos ambientais e pouco desenvolvimento regional, caso faltem critérios claros.

Tether

Apesar disso, grandes empresas seguem investindo em infraestrutura ligada à mineração no país. A Tether mantém operações no Mato Grosso do Sul utilizando biometano para minerar Bitcoin. Outras companhias, como Atlas Renewable Energy e Serena Energia, solicitaram conexão ao sistema elétrico nacional.

Esses projetos integram geração renovável e mineração em um modelo verticalizado, ainda pouco comum no Brasil. O avanço ocorre em meio à redistribuição global do hash rate do Bitcoin. Após a proibição da mineração na China, em 2021, empresas migraram para países com energia barata.

Estados Unidos, Rússia e Cazaquistão receberam grande parte dessa demanda. No Texas, porém, mineradoras passaram a enfrentar restrições por sobrecarga da rede elétrica. A solução adotada foi integrar as operações a sistemas de desligamento emergencial. Esse modelo de governança ainda não existe na legislação brasileira, o que amplia as incertezas futuras.

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